segunda-feira, 1 de abril de 2013

Biologia dos super-heróis

Por Jéssica Oliveira
Graduanda em Ciências Biológicas



O universo dos quadrinho e dos filme sempre despertou curiosidade. Neles, os pesquisadores não realizam testes, não perdem tempo com estatísticas e mesmo assim jamais erram. O que aconteceria se os super-heróis existissem tal como sua origem é relatada? Como eles se relacionariam com as leis da física e o conhecimento biológico do qual o ser humano dispõe? Afinal de que maneira é possível conciliar o conhecimento científico com as informações contidas nas histórias dos super-heróis e elaboradas criativamente pelos seus idealizadores?
Usando os poderes dos super-heróis e utilizando trechos de filmes é possível relacionar cada um desses poderes com temas biológicos. 



O filme The Wolfman (de um dos diretores de Capitão América) aborda a história de um homem, que é mordido por um lobo, e vira lobisomem nas noites de lua cheia. Através do filme, pode-se falar sobre uma doença rara chamada hipertricose, também conhecida com a "síndrome do lobisomem".





Com o Flash, personagem da DC Comics, pode-se explorar o tema "metabolismo". Se ele precisa correr a uma velocidade de até 40000 km/s, o que aconteceria com suas proteínas? e a sua temperatura? como ele teria que alimentar? Um trecho da série The Big Bang Theory também pode ser utilizada.




Com a personagem Tempestade, da Marvel Comics, é possível falar sobre alterações climáticas, já que um de seus poderes é o de influenciar uma região quente e seca, por exemplo um deserto, em uma região fria e úmida como uma floresta temperada.





Um dos super poderes do Magneto é a manipulação do campo eletromagnético terrestre e a capacidade de atrair objetos metálicos. Assim como no quadrinho, um garoto na Croácia também possui essa capacidade (foto). Com isso, pode ser discutido se alterações eletromagnéticas, mesmo que pequenas, poderiam causar possíveis efeitos biológicos.












A história de Peter Parker, o garoto que é picado por uma aranha que sofreu mutação, pode ser utilizada também para abordar temas como evolução e biotecnologia.









O Wolverine, outro personagem da Marvel, possui alto poder de regeneração. Pode-se falar sobre a mitose e, em seguida, discutir se esse fenômeno é possível na vida real.






Por fim, pode-se falar sobre os "super-humanos", que são pessoas que possuem capacidades sobre-humanas, realizam atividades e suportam situações surpreendentes. Um dos exemplos citados acima foi o corredor Usain Bolt, Wim Hof, o qual é capaz de ficar muito tempo em baixíssimas temperaturas e por isso é chamado de "homem do gelo", e o nadador Michael Phelps.

Esses são apenas alguns exemplos, dentre tantos das HQ's, que podem ser utilizados no ensino de biologia e até mesmo em outras áreas. É importante deixar claro aos alunos se esses super poderes podem existir na vida real ou não. Uma reportagem sobre o assunto foi publicada também na Revista Superinteressante. Confira: http://super.abril.com.br/cultura/fantastica-ciencia-super-herois-historia-quadrinhos-440878.shtml

Confira também uma explicação científica sobre a ciência dos super-heróis.
O livro de Lois e Robert faz um tour pelo conhecimento científico de diversas áreas - astronomia, física, biologia - e concilia com as informações contidas nas histórias dos super-heróis. Os autores lembram aos leitores que os super-heróis são um produto da literatura, resultado de condições históricas específicas: a falta de entretenimento numa grande crise econômica, o sucesso das pulps (revistas baratas de ficção) e da publicação encadernada das tiras em quadrinhos dominicais. O livro segue fornecendo um equilíbrio entre o impossível e o possível na ciência dos super-heróis.

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